quarta-feira, 28 de julho de 2010

Perispírito: Matrizes Genéticas





A Pedra do Baú, na cidade de São Bento do Sapucaí/SP, maravilhoso fenômeno da natureza, do alto de seus quase dois mil metros, desafia permanentemente a imaginação de quem quer que a contemple.
Há cerca de cinqüenta anos foi escalada pela primeira vez. A seguir, foram fincados degraus de ferro em suas laterais, formando escadas, uma na parte que faz face com a cidade de São Bento e outra na da cidade de Campos do Jordão/SP.
Com extremado capricho, um industrial de São Paulo mandou construir no topo da pedra, uma pousada.
Vândalos; em repetidas investidas, danificaram totalmente a pousada e parcialmente as escadas, arrancando alguns degraus.
Num país mais zeloso de suas belezas e do patrimônio alheio, tais vândalos teriam que refazer o que destruíram.
Em 1994, uma pessoa que escalava os 640 degraus (grampos metálicos) incrustados naquela famosa pedra, juntamente com outras 30 pessoas, foi atingida por um raio extemporâneo, vindo a desencarnar no ato.
Apenas ela foi atingida.
Muito pobremente, poderíamos comparar o DNA do nosso corpo àquelas duas escadas, posto que em alguma parte delas, existem degraus faltando (ou com defeito), por ação de vândalos - nossa intemperança, desrespeitando-o.
A Justiça Divina é infalível, sendo gravada em nossa consciência desde nossa criação. Por isso, toda vez que vandalizamos nosso organismo numa existência, é certo que teremos que voltar a esse mesmo degrau, em outra(s) vida(s), para regenerá-lo, deixando perfeita a escada. Aliás, será por ela que teremos que transitar até chegar ao metafórico topo, que é nossa evolução terrena.
A queda daquela pessoa, infeliz aos olhos terrenos, representou, face à Lei de Justiça, que é Divina, resgate de débito do passado, que nenhum de nós tem atribuição para auscultar. Perante a eternidade, aquele Espírito elevou-se quando seu corpo caiu.
Pelos postulados da reencarnação, cedo ou tarde, todos os chamados "mortos" são defrontados com o tribunal íntimo instalado permanentemente na consciência. Aí então, "conscientes" dos erros praticados, de imediato requerem, na maioria dos casos, nova vida, para reconstrução do que tenham destruído. O deferimento é nova jornada terrena: reencarnação. Se não há esse voluntário pedido de refazimento, entram em ação normas divinas de compulsoriedade, só empregadas quando os réprobos são, ou melhor, estão insensíveis diante da realidade infeliz de cada um. Outra não é a explicação para o panorama terreno de tantas criaturas com deformidades, insuficiência mental, doenças crônicas e outras situações aparentemente inexplicáveis.
Dessa forma, por bem ou "por mal", todos evoluem.
Temos de convir que há grande sabedoria nesses mecanismos, emoldurados pela Caridade do Pai, sempre proporcionando novas oportunidades a Seus filhos.
Assim, quase sempre, esse retorno é voluntário, isto é, nós próprios o requisitamos, via nova reencarnação, na qual seja-nos possível "consertar nossa escada", recompondo os degraus que danificamos.
Em sentido literal, aquela vítima do raio resgatou semelhante débito de vidas anteriores, com a queda de tal altura, em tais condições, de todo inesperadas e inevitáveis.
Diversas são as mensagens de Espíritos desencarnados, em condições de terríveis desastres, que informam aos seus desolados e inconformados parentes, nada terem sentido no momento da morte. Esclarecem que foram recepcionados por familiares há muito desencarnados, sendo assistidos em repouso hospitalar. Conscientes da desencarnação, sentem um grande alívio, por terem se livrado de pesado fardo, cujo resgate agradecem a Deus.

DNA e Reencarnação

O sempre lembrado Professor CARLOS TORRES PASTORINO, em "Técnica da Mediunidade", pág. 135 a 140, apresenta incomparável estudo didático sobre o DNA e suas conseqüências sobre as reencarnações.
Sugere, oportunamente, quanto à caminhada evolutiva do Espírito, nas diversas viagens proporcionadas pela reencarnação:
· o DNA traça o roteiro 'turístico' a cada viagem evolutiva, e automaticamente vai marcando as paradas nos portos das dores e as festas nas cidades das alegrias;
· no DNA vamos, diariamente, numa vida, gravando o que nos ocorrerá na vida seguinte: é a construção lenta, mas segura, de acontecimentos infalíveis e inevitáveis.
Consigna ainda, que consta em "Medicina e Saúde", pág. 115: "se o DNA perde a estabilidade ou é afetado pelas reações químicas, modifica o código vital e enlouquece". A propósito, ensaia:
· a produção hormonal pode influir na modificação do DNA, produção essa afetada pelos atos, palavras, sentimentos e pensamentos das criaturas, deduzindo que:
· atos e pensamentos harmoniosos, emoções agradáveis, alegria e amor, trazem modificações benéficas ao DNA, melhorando o padrão e marcando menores dificuldades para a vida seguinte;
· em contraposição, atos e pensamentos de raiva, ódio, mentira, sentimentos baixos, emoções desregradas, provocam produções hormonais que atingem o DNA, modificando-lhe os códigos, aí gravando marcas que determinarão, no futuro, as reações a ações e pensamentos destrutivos;
· eis, pois, que os fatos da jornada terrena são frutos NOSSOS, e se a plantação é livre, a colheita nos é imposta, pois a gravamos no íntimo de nossas células, no código de vida do DNA. Daí ser o homem aquilo que ele pensa.
Consideramos útil relembrar o que o Espiritismo nos oferta sobre esse posicionamento do Professor Pastorino. (Todos os grifos e realces são nossos).
Comecemos por Kardec:
- em "Obras Póstumas", Cap. "Manifestações dos Espíritos", §1º, nº 10 e 12, Kardec leciona:
"10. (...) o corpo apenas um segundo envoltório mais grosseiro, mais resistente, apropriado aos fenômenos a que tem de prestar-se (...). O perispírito (...) é o órgão de transmissão de todas as sensações.
12. Sendo um dos elementos constitutivos do homem, o perispírito desempenha importante papel em todos os fenômenos psicológicos e, até certo ponto, nos fenômenos fisiológicos e patológicos. Quando as ciências médicas tiverem na devida conta o elemento espiritual na economia do ser, terão dado grande passo e horizontes inteiramente novos se lhes patentearão. As causas de muitas moléstias serão a esse tempo descobertas e encontrados poderosos meios de combatê-las."
Vejamos o que nos diz o Espírito André Luiz.
- em "Ação e Reação", Cap. 7, págs. 91 e 92, o Espírito Sânzio pondera:
"(...) quanto aos sinais cármicos que trazemos em nós mesmos, (...) a alma humana é uma consciência formada, retratando em si as leis que governam a vida e, por isso, já dispõe, até certo ponto, de faculdades com que influir na genética, modificando-lhe a estrutura, porque a consciência responsável herda sempre de si mesma. (...) Nossa mente guarda consigo, em germe, os acontecimentos agradáveis ou desagradáveis que a surpreenderão amanhã, assim como a pevide minúscula encerra potencialmente a planta produtiva em que se transformará no futuro.
(...) nossa própria conduta pode significar liberação abreviada ou cativeiro maior agravo ou melhoria em nossa condição de almas endividadas perante a Lei." (Destaques nossos.)
- em "Missionários da Luz", Cap. 4, págs 35, 36 e 37:
"(...)A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça;
"(...) o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma;
(...) Seria, pois, de admirar tantas moléstias do corpo e degenerescências psíquicas?"
Obs: - nessa mesma obra estão consignados inúmeros exemplos de futuras reencarnações, cujos gráficos são estudados pelos Orientadores Espirituais; em alguns exemplos, são citados casos de problemas cardíacos, úlceras, e outros, que ocorrerão na idade adulta dos Espíritos que ainda nem sequer reencarnaram...
- esse livro contém, pelo nosso entendimento, os mais completos relatos individualizados sobre o que talvez possamos denominar "genética espiritual" que se tenha notícia; sua leitura é de grande valia para os interessados no panorama espiritual que antecede à fecundação; as ocorrências com os envolvidos numa reencarnação (pais e futuro filho) descem aos detalhes, espelhando problemas e méritos futuros, angústias e esperanças; tudo, sendo considerado o patrimônio moral de cada um;
- informação de grande importância acha-se também ali inscrita (pág. 221), qual seja a de que o corpo perispiritual, que dá forma aos nossos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue; até o nascimento, é dádiva materna; no renascimento, o Espírito reencarnado, consolidando novas experiências, assimila energias, até a idade de sete anos; então, passa a responsável pela formação sangüínea, base de equilíbrio do perispírito;
- em "Evolução em dois mundos", Cap. VI:
(pág. 50) "Os cromossomos, estruturados em grânulos infinitesimais de natureza fisiopsicossomática, partilham do corpo físico pelo núcleo da célula em que se mantêm e do corpo espiritual pelo citoplasma em que se implantam."
(pág. 51) "(...) Os cromossomos permanecem imorredouros, através dos centros genésicos de todos os seres, encarnados e desencarnados, plasmando alicerces preciosos aos estudos filogenéticos (relativos à evolução das formas vivas inferiores) do futuro."
(à pág. 58, Cap. VII, consta interpretação dos cromossomos, como caracteres inscritos nos corpúsculos celulares mentais, contendo as "disposições e significados dos seus próprios destinos", através dos genes.)
Também Yvonne A. Pereira, em "Memórias de um Suicida", 2ª Parte, Cap. II, pág. 248 e 249, (obra que consigna a narrativa de um suicida no plano espiritual), informa da existência de "um vírus psíquico". São portadores desses vírus Espíritos desencarnados em deploráveis estados vibratórios. Tão nefandos perigos constituem tais Espíritos que sua aproximação a crianças encarnadas podem matá-las, caso inexista alguém que as salvaguarde do funesto contágio.
"Somente o reto proceder constitui eficiente vacina contra esse vírus", acrescenta.
Hermínio Correa de Miranda, em "Reencarnação e Imortalidade", Cap. 13, pág. 142, comentando sobre quando os soviéticos descobriram o perispírito, augura que a descoberta "rasgou para o futuro amplas perspectivas para insuspeitadas paisagens", exemplificando: "doenças que ainda não se transpuseram ao corpo físico são identificadas como anomalias já existentes na contraparte bioluminescente do ser"(...).
Jorge Andréa dos Santos, em "Palingênese, A Grande Lei", Cap. 1, págs. 32 e 33, conceitua:
- "Os genes teriam ligações com outras energias mais evoluídas... com potencialidades imensas, um Élan Vital, uma Essência, uma verdadeira Energia Espiritual com funções extensas e altamente complexas, fornecendo melhores equações na avaliação do mecanismo evolutivo da vida;
- essa Energética Espiritual, resultado de vivências e experiências incontáveis, com suas emissões vibratórias, apresentaria zonas intermediárias (perispirituais), até desembocarem nos genes... por onde as sugestões, informações, diretrizes, enfim, todo o quadro de nossa herança espiritual tivesse possibilidade de expressões nas regiões cromossomiais da herança física;
- com este conceito de uma Energética Espiritual Imortal e sempre atuante, colhendo os dados de todas as experiências de nossas vidas, desde as reações químicas das células aos processamentos psicológicos mais avançados, poderemos entender melhor a biologia e de modo particular a filogênese."
(Filogênese = evolução pela qual as formas vivas inferiores se vão modificando através dos tempos, para produzirem outras, cada vez mais elevadas; evolucionismo.)
- Magnífico, não e mesmo, caro leitor?
Em primeiro lugar, lembramos que o Professor Pastorino, em toda a sua obra, e em particular ao referir-se à provável imortalidade do que denominou "células nervosas" (todo o sistema nervoso), declarou tal como sendo um ensaio, fruto de longos anos de pesquisas. Tais células seriam a parte, ou contraparte, mais grosseira do perispírito. Seu estudo, sugerindo que as células nervosas fazem a moradia do DNA, cuja matéria-prima são os genes, disse também que ali está implantado um "relógio biológico" de todas as doenças que se manifestarão no organismo, ao longo da existência.
Disse mais:
- pelo dinamismo cármico - atos para o bem ou para o mal, são capazes de modificar, atenuando ou agravando tais doenças, face às atividades psíquico-hormonais do ser,
- em hipótese, as células astrais acompanham o espírito após a desencarnação, e com ele regressam à vida no plano físico, durante toda a cadeia evolutiva, pelo menos no estágio humano. A contraparte física de nossas células (seu 'corpo físico'), é que se estraga, desfaz e recompõe, dando a impressão de que a célula morre, quando, ao invés, ela apenas desencarna e reencarna no mesmo local: o DNA morre também. O que subsiste seria a estrutura dinâmica dos genes - a "mente celular", que permanece a mesma, acompanhando o perispírito desencarnado, voltando para moldar o outro corpo físico que construímos na vida seguinte.
Pastorino não fecha a questão, antes, escancara-a aos especialistas e técnicos. Eis aí, a nosso ver, interessantíssima hipótese de reflexão. Não só para o entendimento de, pelo menos, um dos princípios da reencarnação, mas também, e em especial, como substrato para os pesquisadores isentos de preconceitos religiosos.
Em Kardec, como sempre, encontramos o alicerce seguro para o caráter científico/filosófico/religioso das questões transcendentais da vida.
Nesse caso não é diferente: com efeito, antecipa brilhantemente, quase que profetiza, a nossa realidade, em que doenças já estão podendo ser curadas antes do seu surgimento.
Esse antes não é gratuito:
- pela biogenética, já não são poucas as doenças que são previstas e corrigidas, antes do parto;
- pela ótica espiritual, é dedutível a proximidade dessa maravilha, pois se no perispírito de alguém for encontrada a causa de determinada doença, toda vez que a mesma doença for encontrada em outro perispírito, a Medicina, movendo-se por tais informações, poderá antecipar-se à sua manifestação mórbida, no físico.
Não cremos ser difícil aceitar que Pastorino esteja certo, quanto a moradia dos genes no DNA; quanto à parte “imortal” deste, provavelmente, residindo por sua vez no perispírito, cremos que seria o potencial dinâmico dos genes. Isso, numa dimensão que por enquanto desconhecemos, pois a molécula do DNA desaparece pela morte do corpo físico...
Essa "imortalidade", naturalmente, é relativa à existência do próprio perispírito, mais particularmente, quanto à sua estrutura. Sabemos que, evoluindo o Espírito continuamente, que, sim, é imortal, o perispírito, que lhe serve de envoltório, também evolui.
Além do mais, o perispírito é uma espécie de estação transmissora/receptora de sensações, do Espírito para o corpo e deste para aquele. Quando não tem mais o corpo físico, desconhecendo-o, por involução, ainda assim o Espírito “vive essa (ir)realidade", o que leva o perispírito, sempre obediente àquele, a registrar sensações. Quanto à memória, por ser imortal, só pode residir no Espírito, o qual, valendo-se da sua "ferramenta" (o perispírito), elabora suas construções, ou reconstruções, com base nela, esteja no plano que estiver.
Assim interpretamos o que disse Kardec.
Caso não seja bem assim, mantemos por inteiro em aberto outro entendimento, aguardando inclusive que algum leitor, eventualmente, reabra a questão conosco, o que muito nos fará felizes.
As informações trazidas por André Luiz e Yvonne Pereira, dão conta de vírus psíquicos, abrindo um formidável leque de ilações sobre a não-intermitência da Vida, nos dois planos - espiritual e terreno. Ora, sabendo que o terreno é reflexo do espiritual, nada objeta pensarmos que algo realmente "não morre", "nem nasce", em nossa trajetória rumo à Evolução (no momento, nas vidas terrenas, as diversas reencarnações). Talvez nos seja permitido inferir, por decorrência, que se esse algo for danoso e for identificado no perispiritual, possível será erradicá-lo, antes de materializar-se.
Essa, evidentemente, será a Medicina do futuro, em que os fármacos, tratamentos e cirurgias serão substituídos por produções hormonais catalisadas pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em outras palavras: a cura das doenças será feita no próprio organismo, pelo próprio detentor da patologia. A doença, resultante de ações infelizes, nesta mesma, ou em outras vidas, encontrará a cura em procedimentos de amor, cujo roteiro está muito bem delineado na moral cristã.
Apenas como registro, deve ser dito que a Teosofia também se ocupou desse tema:
- C. Jinarajadasa, em "Fundamentos da Teosofia", Cap. IV, pág. 97, cita "carma acumulado".
Isso, na edição de 1914 (!), descrevendo os genes (palavra utilizada apenas a partir da edição de 1938), constituintes da nova habitação temporária (reencarnação), visando o estágio evolutivo do ser humano.
Consigna:
"Os Senhores do Carma nada acrescentam nem tiram no corpo de cada homem; ajustam apenas as forças geradas pela alma, a fim de que o seu destino final... possa ser realizado o mais breve possível, enquanto essa alma segue sua ronda de nascimentos e mortes."
- Arthur E. Powel, em "O Corpo Mental", Cap. XXXII, págs. 245 e 246, ao tratar do renascimento (reencarnação), refere-se aos "átomos permanentes" que ficam com o Ego durante todas as suas encarnações humanas. Configura que "os germes de qualidades, ou sementes, trazidas do passado, com tudo quanto era grosseiro, baixo e mau, passam a fazer parte do novo "homem de carne"."
- O casal L. J. Bendit e Phoebe D. Bendit, ele médico, formado pela Universidade de Cambridge, ela clarividente, associados, escreveram a obra "O Corpo Etérico do Homem"; no Cap. X - Saúde e Doença, à pág. 71, dizem textualmente:
"Todos os tipos de doença podem ser diagnosticados através do campo etérico, se discriminação suficientemente aguçada for possível da parte do observador. Ademais, perturbação nesse campo muitas vezes se manifesta algum tempo antes de qualquer indicação clara de doença apareça. Assim, uma tendência para doença maligna pode ser vista antes que os métodos médicos possam diagnosticar sequer um estado pré-canceroso, para nem se falar em verdadeiro tumor local. Em outros casos, a desorganização geral do etérico ocorre durante alguns dias antes da instalação de uma doença aguda e transitória, tal como febre, ou por muito tempo antes que uma doença subaguda específica se instale."
Consideramos desnecessário aduzir mais informes da Teosofia, até porque seus seguidores têm em comum uma linha filosófica muito bem definida e adjacente, pelo que não divergem as opiniões que emitem.
Por tudo quanto acabamos de expor, curvamo-nos com muito respeito às sábias Leis Naturais, e agradecemos ao Pai permitir os vislumbres científicos da Medicina, no trato das doenças físicas, antes da sua eclosão.
Augura o doutor Jorge Andréa, num estudo publicado na Revista Internacional de Espiritismo - setembro/93, que neste milênio que está despontando o perispírito será assunto rotineiro de pesquisas, propiciando melhor compreensão dos mecanismos da vida que nos cerca e da qual fazemos parte.
O Espírito Emmanuel, em "O Consolador", psicografia de Francisco C. Xavier, oferta:
Questão 36 - "Pode a genética estatuir medidas que melhorem o homem?
- Fisicamente falando, a própria natureza do orbe vem melhorando o homem, continuadamente, nos seus processos de seleção natural. Nesse sentido, a genética só poderá agir copiando a própria natureza material. Se essa ciência, contudo, investigar os fatores espirituais, aderindo aos elevados princípios que objetivam a iluminação das almas humanas, então poderá criar um vasto serviço de melhoramento e regeneração do homem espiritual no mundo, mesmo porque, de outro modo, poderá ser uma notável mentora da eugenia, uma grande escultora das formas celulares, mas estará sempre fria para o espírito humano, podendo transformar-se em títere abominável nas mãos impiedosas dos políticos racistas." (Grifos nossos.)
Podemos até antever que, no futuro, um paciente ouvirá do médico: - O exame perispiritográfico demonstra que o senhor está com um câncer previsto para dentro de 10 anos; mas não se desespere; daqui até lá, pratique a caridade, o máximo possível, exercite sempre as virtudes, faça preces constantes.
- Mas... doutor, fazendo isso ficarei isento do câncer?
- Não, não ficará; contudo, ao invés do fígado, ele alcançará apenas o apêndice, sendo facilmente debelado. O que o senhor vem sentindo, há já algum tempo, nada mais é do que um alerta, um despertamento do Plano Espiritual, quanto à mediunidade que teima em exercitar. Vemos aqui que seu chacra gástrico acha-se desarmonizado, indicando intemperança alimentar.
- É... sou indisciplinado à mesa...
Ou, então, uma outra situação, de ocorrência possível apenas num futuro mais ou menos distante, na Terra regenerada e com personagens espiritualizados.
Médico e gestante.
Após submeter a paciente ao tomógrafo perispiritual, em ambiente de preces:
- Seu filho nascerá com patrimônio energético espiritual adequado apenas a seis anos de vida terrestre.
- Sim, doutor, já intuíamos, eu e meu marido, que ele ficaria pouco tempo conosco. Deus é Pai de Bondade e nós aceitamos essa tarefa com todo o amor do nosso coração. Daremos a ele todo o carinho.
- Isso é muito bom, até porque o Espírito a reencarnar tem plena consciência de sua curta, permanência entre nós. Esse tempo é o necessário e suficiente para recompor, nessa última etapa de resgates, pequenas lesões no perispírito, remanescentes de suicídio cometido em distante vida.
Nota: A Revista VEJA de 28/jun./95 publica entrevista com um diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), relatando impressionante conclusão de pesquisa médica recentemente feita em 25.000 pacientes, de quinze cidades, de quatorze países. Depressão, ansiedade, síndrome de perseguição (doença do mundo moderno, ante tanta violência), respondem por um doente, em cada quatro que procuram os médicos com alguma queixa de dores e outros sintomas não detectados por exames.
Vemos assim, que a Medicina volta seus olhos para a mente, como origem de distúrbios físicos; daí a buscar no Espírito referidas causas, é um passo.

TVP e "TVF"

Nas questões 392 a 399 de "O Livro dos Espíritos", Kardec aprofundou o tema "esquecimento do passado", recebendo respostas que não deixam escape à inconveniência que a lembrança traria para encarnados.
Para reforçar o entendimento, Kardec fez constar em "O Evangelho segundo o Espiritismo", Cap. V, nº 11:
"(...) Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem. Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes. Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio. Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.
Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial."
Há alguns anos o tema TVP (terapia de vidas passadas) passou a freqüentar o imaginário popular, com larga difusão da mídia internacional. No Brasil, são inúmeros seus adeptos, tendo proliferado “técnicos em TVP”, em face da extraordinária demanda.
Até mesmo alguns espíritas agregaram a TVP às suas atividades socorristas a encarnados, vendo nela um bálsamo para situações-limite de desespero ou de neuroses incuráveis, àqueles que junto a eles buscam alívio.
Não foi sem razão, pois, que o Espírito Emmanuel, há cerca de três anos, trazendo-nos mais bênçãos pela psicografia do médium Chico Xavier, ratificou, literalmente, a posição de Kardec quanto às inconveniências de encamados se lembrarem do passado.
Agora, se a terapia de vidas passadas é dispositivo contrário à Codificação do Espiritismo, ao parecer sempre iluminado do Espírito Emmanuel e à própria natureza do ser humano, vimos que aquela que podemos chamar de TVF - terapia de vidas futuras - é abertura que a Evolução nos acena, de início pela via científica, para em seguida se consolidar e deslizar pela trilha evangélica. Em qualquer caso, o merecimento terá que estar presente.
De nossa parte consideramos que, em termos de engenharia genética, como futuro vetor evolutivo espiritual, "há ouro na ganga", numa feliz expressão de Hermínio C. Miranda, embora empregada num outro contexto.

Autor: Eurípedes Kühl
Do livro: “Genética e Espiritismo”
Ed. Feb

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