quinta-feira, 7 de junho de 2012

O ALFINETE, A AGULHA E A LINHA TÊNUE DO AUTISMO

silvania mendonça almeida margarida O alfinete e a agulha, entabulando uma conversa informal, mas muito importante sobre crianças, cogitavam a importância da educação, no intervalo de um curso que frequentavam. Nossos personagens cursavam o famoso Corte & Costura, para serem artesãos de uma confecção de moda infantil. Era a hora mais sagrada para aqueles entabuladores, lanche e uma boa hora para a trocas de ideias. Exatamente, naquele dia, o alfinete estava tristonho e dizia cabisbaixo: “eu não tenho o alicerce para a aprendizagem. Como disse MACHADO sobre mim, sou apenas a marcação de mim mesmo na costura e não consigo segurar o pano em seus moldes perfeitos”. A agulha argumentou: “Alfinete, faça-me o favor. Não chore por você! Somente por você! Não seja egoísta! Chore por nós! Você acha que eu também tenho o dom da aprendizagem? ASSIS foi claro em seus dizeres: somente consigo costurar panos frente qualquer linha ordinária. A Agulha e o Alfinete precisam da Linha para a sobrevivência do Corte de Costura”. O Alfinete mais pensativo corroborou a mensagem da Agulha e disse mais contemplativo: “é, realmente, precisamos da linha para a nossa sobrevivência, principalmente aquelas que são mais tênues e delicadas”. A Linha entrou na conversa: “Alfinete e Agulha, vocês não deixam de ter razão, mas vou repetir para vocês EXATAMENTE, onde devo investir se me quero descobrir como uma linha tênue e que não arrebenta. Que pode ser burilada e se encontra forte. Delicada nas mãos e nos corpos das crianças que vestiremos. Mas Machado também deixou a mensagem da educação, principalmente a mensagem da educação especial. Aí, poderemos escolher em qual departamento da confecção que trabalharemos. Existem vários. Podemos escolher crescer ou ficarmos estagnados. Já estamos, inclusive, matriculados num curso muito especial que vai ter aqui na Confecção, esqueceram-se? Alfinete e Agulha escutaram admirados todos os ensinamentos da Linha que começou a dizer: “Por alegria e satisfação, EU, Linha, gostaria de ser a tênue linha do Departamento Autismo, dentre vários departamentos importantes da Confecção Infantil, pois andei escutando que faremos belos modelos para estas crianças. Teremos que ser diminutos, imperceptíveis e delicados. Mas será um trabalho de equipe conjugado com o amor. A Professora do Departamento Autismo já deixou elaborado o primeiro molde que devemos aprender. Vou lê-lo para vocês: “Os quatros pilares da vida (infância, juventude, vida adulta e madureza) são bênçãos herdadas da família para o seu prosseguimento em uma linha genealógica em cada uma de suas fases. Aí se imprimem os caracteres dos diversos valores já implícitos, que se carregam nos laços peculiares à consanguinidade e/ou aos caracteres transmitidos pela genética humana. Por isto, a criança autista, o jovem autista, o adulto autista precisam tanto da família em suas basilares marcas. Vale a pena incentivar a formação correta do autista. Educar sempre por intermédio dos exemplos, da palavra carregada de informações de nobreza, do parecer consciente, da arte, da música, de tantas outras formas ditadas pelo bom senso . Sempre lembrando de que a boa semente é retroativa quando lançada com total responsabilidade ao campo. Produz-se em abundância e a riqueza abençoada pela Lei de causas e efeitos, retorna multiplicada ao celeiro do semeador educacional. “Aí está a primeira delicadeza do nosso trabalho de costura tênue”, repetiu a Linha! O Autismo representa, com certeza, a dinâmica e a sequência da vida que se desdobra para novos patamares existenciais. Ao mesmo tempo, se responsabiliza pela continuidade e pela qualidade desta costura tênue, feita em conjunto, por Alfinete, Agulha e Linha, de seus portadores, como prova bio-psico-física-espiritual, cuja origem está radicada na gênese da criação. Vem através do seu normal estabelecimento, de tempos em tempos, incrementando o progresso basilar de seus pais, professores e terapeutas, usando a inteligência e as aptidões humanas na renovação dos feitos e fatos trazidos e atualizados para a conjuntura vigente. Geralmente, o autismo é conceituado como fase da força. E é justamente tal força que deve se imbuir dos recursos pedagógicos para acionar com dignidade todas as prerrogativas ditadas pela educação especial na construção de um mundo renovado para o autista. Há de se convir que o autismo somente atua nesta linha especial, impulsionado pela força, se teve como suporte a experiência madura naturalmente vivida pela família na qual se reabasteceu e se preparou para o desempenho de realizações diversas. E, também, se fez da grande família universal o pedestal de apoio para o mergulho de corpo e alma no grande mar da existência. Aí se posicionar e ganhar a força suficiente como cidadão ou cidadã do mundo, o qual tem por norma arregimentar, colaboradores conscientes. Ao mesmo tempo, prontos em vontade e com o devido preparo para o enfrentamento de novas conquistas em face às demandas de saudáveis formas de vida, em substanciosas expansões. Assim, a família da criança autista não é mais como um locus de posse e domínio. Ela passa a ser realidade vivencial compartilhada por todos em relações de reciprocidade e mutualidade. Torna-se, em visão global, uma aceitação de transformação (finitude de determinadas funções) para a formação de novas atribuições (os filhos autistas se tornam mais independentes e passam a assumir outros papéis). A família do autista sempre terá, que aprender a desenhar, cortar e costurar, a mesma filosofia moderna, do direito de liberdade, fraternidade e prosperidade. A verdade constitucional e fundamental deveria envolver a chamada dignidade humana para todos os seres autistas do planeta. Ninguém poderia estar só, e, portanto, todos abarcados pelo casulo familiar e pela sua perpetração na espécie humana. Ninguém no Globo é uma ínsula. Os direitos familiares dos autistas envolvem a educação e ampliam seus campos de incidência. Mas as famílias ainda estão aquém do preceito fundamental da existência no planeta: a vida. Os profundos pensamentos sobre a Educação, propostos por filósofos antigos e de outros séculos da Grécia, são subsídios de correta penetração em relação ao aprimoramento do indivíduo. Todos os indivíduos carregam em suas mentes o convite às novas escaladas vivenciais. Alguns, portanto, se atrasam neste impulso, porém jamais perderão a oportunidade do avanço para novas conquistas. A oportunidade de educação e de frequentar uma escola especial transformam a vida do indivíduo. O que acontece quando a Educação proporciona uma nova visão existencial sobre o autismo, para uma atitude coerente com o bem comum, a pessoa aceita o compromisso de mudança e se integra na sociedade ajustada aos padrões a ela coerentes. A escola especial mais uma vez é a diretamente responsável para acompanhar o autista em todas as mudanças que perpassam em sua vida educacional e o transforma em um ser vivente socializado para o trabalho e para a integralização com o ambiente. Uma vez transformado o quadro indesejável, o resgate se estabelece em lucro em medidas pessoais e um avanço para a sociedade que espera do autista o seu enquadramento no contexto com novas atitudes comportamentais. Sabe-se que a escola especial é constituída pelos hábitos adquiridos por intermédio de um esforço e de um trabalho constante do indivíduo, cuja aprendizagem e transformações se realizam em valores preferenciais. É muito mais fácil para o autista viver bem se se encontrar bem, nos relacionamentos saudáveis, no conforto de uma vida plena, com modelos exclusivos da Confecção Infantil; o que pode ocorrer sempre a partir da experiência compreendida entre o antes e o depois, coincidente com a transformação das etapas que a própria escola especial ensina aos seus alunos autistas. Quando é atualizada uma norma de vida amparada pela educação especial, de acordo com o que é estabelecido pela sociedade, o autista adquire o privilégio de ser aceito e ao mesmo tempo respeitado como cidadão desejável e atuante no meio em que convive . Nenhum alfinete ou agulha perde a linha escolhida para o Corte e Costura. A criança autista sempre é a beneficiária imediata. Tudo acontece de bom para o grupo de indivíduos unido por um ideal maior do trabalho, da educação e da juventude. Todos estarão na mobilização construtiva do bem comum. Metaforicamente, são considerados como a árvore frutífera na qual, troncos e galhos unidos e, mantida pela seiva do trabalho, oferece o fruto sustentável para a vida. A educação especial como um fator interno, vivenciada na mente humana, constitui-se em valores de importância fundamental na criação de laços propostos ao bom relacionamento entre as pessoas. Com os autistas nada acontece de diferente. São pequenos seres que estão ali para serem burilados e amados. O autista educado regularmente torna-se sensível em suas atitudes em relação ao trato com o semelhante. E isto modifica toda uma existência da Costura, que poderá se transformar em Alta Costura, até as hierarquias imagináveis. Ninguém escapa da responsabilidade de criar novas formas de vida, de aprendizagem para sua prova espiritual, de mudar os moldes da costura para se ajustar ao novo painel da existência que o autista quer, subconscientemente, viver. E se há desvio da função dos moldes existenciais, por certo, a própria Confecção se encarregará da reparação. Não pode haver falha na construção da sociedade para o autista. Numa visão retroativa em relação à construção da história da humanidade, percebe-se uma verdade relativa à dinâmica desta evolução. Portanto, como pode o autista avançar na sua linha existencial do Departamento Autismo sem elevar os seus passos na escalada? A resposta para tal molde é básica. Só se realiza com o esforço extraído do manancial da educação especial em que terapeutas e professores, juntamente com os pais, proporcionarão. O Departamento Autismo traz em si todos os jeitos e os modos, para a construção da vida consciente e progressiva, rumo à transcendência. Desta forma, amadurece e cria novos horizontes para o atendimento a todos anseios do aluno autista. Para corrigir os percalços surgidos na construção da caminhada humana e para incorporar valores necessários ao acréscimo de virtudes, somente a educação especial pode assessorar tais atitudes. O equilíbrio de uma vida social sem conflito e relativamente mantida nos moldes pacíficos da comunidade gerenciadora do bem comum que só se consegue na aprendizagem do autismo. O autismo é um manancial de aprendizagem e ensino especial. Tudo realizado nos padrões da seguridade pedagógica para o Departamento Autismo, torna-se patrimônio que resiste ao tempo e se multiplica na razão do valor conquistado. E todas as atitudes nobres não contêm o germe do fracasso. Podem até se transformar de acordo com a mudança de gosto e de novas aptidões, porém são conservadas sem perderem a vitalidade do radical que lhe serviu de base ou de origem na manutenção da espécie. “Por isto, alunos do curso, e por muito mais, vocês deverão aprender este primeiro molde”. “Leiam e releiam o texto. Esta é apenas a primeira lição. Muitas outras virão. Nos professores do Departamento Autismo lhes desejamos boas vindas e eternas aprendizagens. Este é um curso que nunca estagna, sempre se vitaliza”. “Você, Alfinete, marque o território. Você, Agulha, agrega-se à linha tênue do autismo e faça a primeira, a segunda, a infinita costura. E você Linha, que quer cogitar ser tênue, mas com Tenacidade, procure não se arrebentar. Tudo o que já foi costurado e produzido deve permanecer em seus corações, mas também na costura bem produzida”. Torne-se forte, e ao mesmo tempo delicada. Assim, “alunos, após estas primeiras lições, estaremos prontos para conhecer o Departamento Autismo”. Os alunos do Corte & Costura respiraram ofegantes. Um olhou para outro e sentiram o peso da responsabilidade. Foi sentido, mas não desistido. O Alfinete comentou com a agulha: “o Departamento Autismo, realmente, tem uma linha tênue”. A Agulha respondeu: “O estudo é o preparo”. A Linha deu o seu primeiro ponto sem nada dizer. Queria ser tênue de qualquer maneira.

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Autismo: abordagem espiritual

Ignoram apenas um aspecto, “o de que o ser humano, como espírito imortal, preexiste à atual existência, a qual é conseqüência de atos e pensamentos de muitas encarnações anteriores, nos mistérios dos séculos. Nada mais plausível do que recorrer a conceitos espirituais para a compreensão e a terapia do autismo ou de qualquer outro problema de comportamento”, como ensina Herminio C. Miranda. O que dizer depois disso, quando ele vê o autista sob a ótica da psicologia espírita e o conflito de uma alma fugindo de si mesma? Afinal, como começam a dizer alguns estudiosos mais arrojados, há vida antes da vida, vida depois da vida e vida entre as vidas. E alertamos para “que tratem com o devido respeito as minorias. Sem racismo, sem machismo, sexismo ou preconceitos de qualquer natureza. Mesmo porque o preconceito é coisa burra, que se torna ainda mais evidentemente tola quando posta no contexto da realidade espiritual. Somos espíritos imortais, sobreviventes e reencarnantes. Sexo, raça, cor, nacionalidade, posição social não passam de posições transitórias, por mais que durem nossas vidas na carne”. Conflitos entre mundos diferentes Descobre-se em pesquisas de diversos autores de notável saber sobre o tema que uma autista vivia numa zona fronteiriça, terra de ninguém entre um território que ela consideraria mais tarde, com melhor nível de lucidez, “meu mundo” e o outro lado, onde ficava “o mundo”, pois eles não se mostram nada interessados em vir ao nosso encontro, já que há na mente do autista nítida distinção – ainda que inconsciente – entre o “meu” mundo e o “dos outros”. Quanto menos contatos com a vida no mundo, melhor. A pessoa que está naquele corpo físico recusa-se a executar qualquer programação que a leve a ser aprisionada pelas rotinas da vida material. Não se considera na atualidade (há uma polêmica constante) que o autismo é uma desordem biológica. A ciência continua a discutir sua origem. Os especialistas tratam de cada caso dentro de seu ponto de vista cético/científico para expressar suas teorias, pois desde Leo Kanner, o descritor da síndrome em 1943, quase nada mudou para definir o conceito da síndrome. Cada autor expõe seu ponto de vista de análise de uma forma que, discutida ou comparada, nada altera no status quo da doença. Alguns mais corajosos, digamos assim, afirmam que o autismo é de natureza biológica, enumerando outras doenças que danificam o sistema neurológico. Em seguida, sou obrigado a me decepcionar quando a ciência não considera o autismo como psicose, mas sim como distúrbio global do desenvolvimento. A meu ver, um contraria o outro. Todos são suscetíveis no cuidado de não querer ferir algum colega que se adiantou ou tem receio que, na frente, a crítica ou a ética médica sejam muito duras com suas opiniões. Diferentes graus de autismo Ficamos com o pensamento de que a impressão é que não há propriamente autismo, mas autistas em diferentes estágios, graus e níveis de distúrbios mentais e emocionais. O máximo que se poderia fazer em termos de consenso seria dizer que, dentre os sintomas básicos atribuídos à síndrome, cada autista apresenta diferentes ênfases sobre esta ou aquela característica. Em outras palavras, a pessoa é autista não porque tem o cérebro danificado, mas tem o cérebro danificado porque não quis ou não conseguiu transmitir a ele, no período crítico da formação, os comandos mentais necessários ao seu correto desenvolvimento. Pois bem, após esta exposição na qual enveredamos por diversos caminhos, onde quero chegar? Ora, tudo isto faz parte do lado bio-psico-sócio-espiritual, linha mestra enfocada, mas não admitida pela ciência como um todo. Senão, vejamos. Dispendemos todos os esforços para superar dificuldades que se encontram em nosso caminho. O que não fazemos é porque deixamos de refletir que reveses ou contratempos passageiros foram criados por nós mesmos, com nosso livre arbítrio, pelo mau uso da energia divina durante inúmeras encarnações aqui na Terra. Devemos acreditar que aquela massa compacta de energia mal qualificada e gerada na nossa consciência por todo um esforço concentrado em prol dos nossos autistas é agora de uma espessura bem mais fina do que foi há algum tempo. Nosso esforço em afastar coisas rudimentares de nossa consciência humana apenas produz bons frutos em nossa árvore da vida. Perseveramos em nossos propósitos. Dirigimos a atenção aos nossos amigos siderais e, muito mais depressa do que imaginamos, obtemos vitoriosas conclusões. O indivíduo, quando encarna, traz em suas mãos uma agulha e, através do orifício desta agulha, passa o fio da vida. Cada ser humano deve concluir o seu modelo e ninguém pode tirar a agulha das mãos do próximo, nem dar um ponto sequer no modelo da vida de seu semelhante. Assim como o orifício é condicionado à eficácia da agulha, assim também o espírito é o doador da vida do homem. A personalidade humana, ou o ser externo, representa o exemplo da agulha usada para unir as partes do modelo, que deve se manifestar através das experiências individuais de cada pessoa. Por misericórdia, a lei divina permite intervenções, selecionando os fios dos pontos errados da costura, afastando-os do modelo enquanto se processa a purificação do espírito. A lei divina também permite à vida, por meio de contemplação, meditação ou outra forma de esforço, oferecer ao indivíduo que se encontra no caminho espiritual o auxílio de seres perfeitos, quando estes revelam de que maneira os pontos devem ser costurados. Também pode ser apresentado ao costureiro, ou seja, o espírito protetor, um molde ou desenho do modelo previsto. No entanto, a verdadeira costura deve ser executada pelo esforço do próprio indivíduo, do princípio até o fim. E quando falamos de um autista? A única diferença é que, neste caso, existe um interlocutor (médium) experiente e que já atravessou inúmeras etapas com ele, pois muitas vezes uma simples frase proporciona uma forma-pensamento que permite ao autista compreender que um esforço autoconsciente deve preceder o apelo. Muitas vezes, os amigos siderais transformam modelos errados em perfeitos e, quando eles os vêem, desejam novamente trazer à tona o plano perfeito da vida, da beleza, compreensão e paz. Usando o auto-controle Quando um autista aprende que é necessário um autocontrole e começa a transformar todo erro que o uso do fio da sua própria vida proporciona em seu coração, trazer o domínio sobre toda energia e vibração em seu próprio mundo e depois, com maiores possibilidades de aptidão, dar o prêmio da alegria aos seus protetores. Para os sábios, a vida é uma bondosa professora que distribui as grandes dádivas diretamente do seu silencioso coração. Para as pessoas de compreensão limitada, a vida é uma professora severa, apenas com a intenção de ensinar cada expressão para seu autista. Se o autista pudesse demonstrar reflexão, falando quando ouve ensinamentos freqüentes mais do que seu próprio silêncio, então seus corpos mental, sentimental, etérico e físico estariam suficientemente preparados para ouvir um hino, a linguagem dos pássaros e compreender o delicado silêncio da noite. Quando o autista consegue isto é porque está sintonizado com a vida física de tal maneira que pode submergir seu próprio coração pulsante, onde vive seu santo ser crístico. Artigo publicado na edição 13 da Revista Cristã de Espiritismo. Ao reproduzir o texto favor citar o autor e a fonte.

O médico espírita para o autismo

AUTISMO - Tratamento médico-espiritual por José de Ribamar Tourinho - ribamartourinho@uol.com.br Como o médico espírita pode auxiliar espiritualmente o paciente sem interferir em sua religião. Por José de Ribamar Tourinho Associação Médico-Espírita do Brasil O médico espírita desperta nas pessoas uma esperança de que pode solucionar as mais difíceis patologias da medicina. E talvez tenham razão, quando nós, médicos espíritas, exercitamos com mais consciência e fé a nossa mediunidade intuitiva, ou seja, aprendemos a permanecer conectados, através da expansão de consciência, com o indispensável mundo paralelo onde as equipes espirituais, nossos mestres, nos ensinaram ou nos querem ensinar como desvendar os mistérios ou dificuldades da medicina e de todas as ciências do planeta. Foi através do exercício ou expansão da consciência, através da sensibilidade dos médiuns de nosso grupo de estudo que tivemos êxito com o caso do menor Rafael, um autista, filho de mãe desquitada, pobre, que sobrevive de lavados domésticos; após peregrinar por vários consultórios médicos e instituições psiquiátricas, chegou ao nosso atendimento fraterno, no Centro Espírita Lar de Jesus, já com diagnóstico médico de autismo, mostrando total desligamento da realidade cognitiva, olhar distante, balbuciando ocasionalmente alguns ruídos, entendidos com grande dificuldade por sua mãe. Rafael chegou ao nosso atendimento com dez anos de idade e a mãe, Maria de Jesus, desesperançada quanto à saúde mental de seu filho. Nós a encorajamos a ter fé, acreditando no amparo divino através das equipes espirituais que assistem todo o planeta, dirigido pelo nosso Mestre Jesus. Encaminhamos o garoto para tratamento de desobsessão, já que, além do autismo, a percepção de vibrações de baixa freqüência era evidente. Na cabine de passe, aplicamos durante seis meses, uma vez por semana, deitado em uma maca, o que chamamos de realinhamento de chacras ou técnica das polaridades, usada em nossa clínica particular Núcleo de Terapia Transpessoal. Vou citar um caso que ocorreu na clínica, para explicar porque usamos a técnica de realinhamento dos chacras em Rafael. Realinhamento dos chacras Certa vez, uma paciente entrou em nosso consultório com forte crise de cefaléia crônica. Ela usava há quatro anos potentes analgésicos e antidepressivos, medicados pela clínica psiquiátrica, mostrando no seu rosto profundo e doloroso sofrimento. Foi levado por mim a deitar-se no divã, onde fiz a pergunta: como a dor de cabeça naquele momento era representada? A paciente logo entrou em regressão, vivenciando uma cena de tontura em que sua cabeça era comprimida por uma prensa para esmagamento do crânio, causa de sua dor de cabeça. No término da sessão, a dor de cabeça tinha desaparecido mostrando ela agora a face descontraída e feliz. Quando pedi para a paciente levantar-se e ir ao encontro de seu esposo que a aguardava na sala de espera, a paciente de pé, próxima ao divã, parou e me disse: "Doutor, não consigo sair deste lugar". Eu insisti, mas ela repetiu que não conseguia andar; então, pensei: "E agora? O marido esperando lá fora..." Foi então que, mais uma vez, fora as outras centenas de vezes, o telefone espiritual, através de nossa mediunidade intuitiva, alertou-me que aquela paciente acabara de incorporar, conectar-se com uma entidade, sendo também uma médium consciente. Aliviei os músculos, a tensão, e mais facilmente veio o intercâmbio, me trazendo uma nova solução para aquela senhora que não era espírita e parecia assustada. O recém-chegado colega Cícero Vasquez, da sala ao lado, que trabalha com massoterapia, Reiki, Realinhamento de Chacras, e sabendo eu que entidades errantes se conectam através do chacra esplênico, fez-me lembrar que um realinhamento desconectaria a entidade do médium. Foi então que pela primeira vez e com a ajuda do prof. Cícero Vasquez, que, solicitado por mim, aplicou o realinhamento, obtivemos êxito imediato, após o último movimento da técnica. Voltou a paciente de súbito à sua consciência de vigília, resolvendo assim esse novo desafio. Em seguida, agradecemos a assistência espiritual. Passamos, então, a partir desse dia, a aplicar nos pacientes ditos pré-psicóticos ou incorporados, a técnica do realinhamento de chacras para desconectar o agente teta que, através da elevação da freqüência vibratória do paciente, por um melhor fluir da energia vital, facilitando a abertura de seus chacras, mantém a entidade desconectada pelo menos por 48 horas, enquanto se faz uma outra abordagem terapêutica. O caso Rafael Voltando ao caso de Rafael, foi essa a técnica que aplicamos com a intenção de ajudá-lo a retomar ao seu corpo físico, já que o autista mantém-se dissecado de seu corpo por escassez de ectoplasma, informação essa passada a nós em reunião mediúnica por equipe científica do plano espiritual, que nos orientou desde o início do tratamento a manter o realinhamento de chacras em Rafael, mas com a participação principalmente de médiuns de efeito físico ou de sustentação de nossa equipe de desobsessão, com a finalidade de doar o ectoplasma necessário ao acoplamento total de Rafael ao seu corpo físico, o qual, a cada uma das sessões seguintes, mostrava-se centrado mais no presente, passando então a falar e procurar pelas pessoas do atendimento fraterno. Já faz um ano que Rafael entrou para uma escola especial. Já sabe ler, o que aprendeu sozinho. Também escreve com boa letra e já se compreende o que fala. Seus desenhos expressam com clareza o seu pensamento, mostrando grande inteligência, principalmente através de seus desenhos arquitetônicos de fachadas de edifícios. Na impossibilidade de ir à escola por dificuldade de transporte, Rafael se aborrece e se agita desesperadamente. Ele gosta de ir à escola porque é lá que tem aprendido a desenvolver boa comunicação e relacionamento interpessoal. Já estamos com um segundo caso de autismo, há um mês e meio e com seis sessões de desobsessão e realinhamento. Observamos excelente resultado no garoto. Sua mãe, senhora esclarecida e de nível superior, também já nos falou da visível melhora com esse tratamento, após ir a várias capitais e instituições do país, sem resultado evidente. O seu depoimento é que o filho G..., nunca, em lugar algum, teve um avanço expressivo, como com essa abordagem terapêutica, feita por um grupo de sensitivos encarnados e desencarnados. A sua maior alegria, nesses últimos dias, foi o fato de seu filho ter falado pela primeira vez formando frases, o que não acontecia antes, pois era monossilábico, o que dificulta a sua comunicação, levando-o a chorar com freqüência quando queria ser entendido e não conseguia. Portanto, fica aqui o nosso estímulo para que continuemos exercitando a conexão com nossos irmãos sábios e bondosos que nos assistem e torcem pelo nosso sucesso. Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 25, páginas 54-58